Oi queridos!
Boa noite!
No final de fevereiro eu estive na casa da Soninha, em BH. Domingo, dia 26, à tarde, estava Ada dormindo no sofá, Soninha pesquisando alguma coisa na internet e eu do outro lado da mesa com um papelzinho na mão. Ela então: "O que você tá fazendo aí? Inventando?" Sim, eu estava inventando! Dobrei, mudei a dobra, dobrei noutro lugar, dobrei outro, mudei as pontas para fazer variação... Ops! Hora de vir embora.
Aqueles 3 módulos feitos vieram e foram morar na "Caixinha de Ideias Concretas", e lá permaneceram até semana passada, quando estava procurando outro módulo que está na fila para ser feito! Olhei para eles, que ficaram me chamando com muito afinco. Estavam doidos para serem feitos em um papel bonito, que destacasse suas dobras!
Mas eu queria fazer o outro, que está na fila desde que criei os Minhosas e Divas... Então deixei aqueles três módulos lá na caixinha, escolhi um belo papel Diamond Papers e comecei a fazer o que eu havia programado. Não consegui... O módulo está perfeito, o encaixe é ótimo, mas... aqueles três módulos abandonados estavam com muito mais vontade de se transformarem numa linda peça!
E então sábado, depois de marmorizar muito papel, decidi escolher um belo papel e finalmente tornar real aquela ideia do final de fevereiro.
Caixa de papéis na mão, escolhi alguns. O primeiro que peguei era um verde de flores brancas, lindo! Dobrei um módulo. Hum... não era aquilo que queria... Peguei outro papel, dessa vez rosa. Dobrei. Ish... não deu o destaque esperado... Vamos escolher outro. Dessa vez azul. Ah, ainda não era o papel certo... Parei de dobrar - nisso já tinha uns 10 módulos prontos - e deixei a escolha para o dia seguinte, domingo.
Domingo marmorizei mais papel, e decidi: quero um marmorizado bem suave, nada muito marcado, para não cortar a unidade da peça e não roubar a cena do que seria o destaque do modelo e o que, futuramente, lhe deu o nome.
E assim pintei um papel especialmente para aquele modelo que clamava por sua pronta execução!
Tinha que ser azul.
Até pintei também uns vermelhos, mas... tinha que ser azul. E ponto.
Ontem, para tentar relaxar de uma insuportável dor de cabeça, dobrei alguns módulos. Mas comecei conversar com Nuri, um novo amigo, e as dobrinhas ficaram aguardando a consolidação de uma nova amizade! Isso era mais importante naquele momento!! ^_^
Hoje depois do almoço dobrei mais alguns, mas precisava trabalhar, não deu para terminar. À noite fui pra cozinha fazer o jantar - angu a baiana, para aquecer o frio - mas não parava de pensar nos meus módulos... Todos devidamente alimentados - e bem alimentados, pois ficou uma delícia e comemos horrores!! - hora de terminar os 6 módulos que faltavam!!!
O encaixe requer leveza nas mãos, mas ao final a peça fica super segura.
E, depois de tantos cuidados, apresento Maculelê:
O nome foi escolhido pelo encontro das abas internas dos módulos. Elas se assemelham às "adagas" do Adaga, e se cruzam em um ponto. A imagem me remeteu ao maculelê dançado com facões, que é belíssimo, e foi impossível pensar em outro nome! Como na dança, faiscava o nome frente aos meus olhos: "Sou eu, sou eu, sou eu Maculelê, sou eu"!
Maculelê é um tipo de dança folclórica brasileira de origem afro brasileira.
"Em sua origem era uma arte marcial armada, mas atualmente é uma forma de dança que simula uma luta tribal usando como arma dois bastões, chamados de grimas (esgrimas), com os quais os participantes desferem e aparam golpes no ritmo da música. Num grau maior de dificuldade e ousadia, pode-se dançar com facões em lugar de bastões, o que dá um bonito efeito visual pelas faíscas que saem após cada golpe. Esta dança é muito associada a outras manifestações culturais brasileiras como a Capoeira e o frevo."
Complementando:
Conta a lenda que a encenação do Maculelê baseia-se em um episódio épico ocorrido numa aldeia primitiva do reino de Ioruba, em que, certa vez, saíram todos juntos os guerreiros para caçar, permanecendo na aldeia apenas 22 homens, na maioria idosos, junto das mulheres e crianças. Disso aproveitou-se uma tribo inimiga para atacar, com maior número de guerreiros. Os 22 homens remanescentes teriam então se armado de curtos bastões de pau e enfrentado os invasores, demonstrando tanta coragem que conseguiram pô-los em debandada. Quando retornaram os outros guerreiros, tomaram conhecimento do ocorrido e promoveram grande festa, na qual os 22 homens demonstraram a forma pela qual combateram os invasores. O episódio passou então a ser comemorado freqüentemente pelos membros da tribo, enriquecido com música característica e movimentos corporais peculiares. A dança seria assim uma homenagem à coragem daqueles bravos guerreiros.
No início do século XX, com a morte dos grandes mestres do Maculelê de Santo Amaro da Purificação, o folguedo deixou de constar, por muitos anos, das festas da padroeira. Até que, em 1943, apareceu um novo mestre – Paulino Aluísio de Andrade, conhecido como Popó do Maculelê, considerado por muitos como o “pai do Maculelê no Brasil”. Mestre Popó reuniu parentes e amigos, a quem ensinou a dança, baseando-se em suas lembranças, pretendendo incluí-la novamente nas festas religiosas locais. Formou um grupo, o “Conjunto de Maculelê de Santo Amaro”, que ficou muito conhecido.
É nos estudos desenvolvidos por Manoel Querino (1851-1923) que se encontram indicações de que o Maculelê seria um fragmento do Cucumbi, dança dramática em que os negros batiam roletes de madeira, acompanhados por cantos. Luís da Câmara Cascudo, em seu “Dicionário do Folclore Brasileiro”, aponta a semelhança do Maculelê com os Congos e Moçambiques. Deve-se citar também o livro de Emília Biancardi, “Olelê Maculelê”, um dos mais completos estudos sobre o assunto.
No início do século XX, com a morte dos grandes mestres do Maculelê de Santo Amaro da Purificação, o folguedo deixou de constar, por muitos anos, das festas da padroeira. Até que, em 1943, apareceu um novo mestre – Paulino Aluísio de Andrade, conhecido como Popó do Maculelê, considerado por muitos como o “pai do Maculelê no Brasil”. Mestre Popó reuniu parentes e amigos, a quem ensinou a dança, baseando-se em suas lembranças, pretendendo incluí-la novamente nas festas religiosas locais. Formou um grupo, o “Conjunto de Maculelê de Santo Amaro”, que ficou muito conhecido.
É nos estudos desenvolvidos por Manoel Querino (1851-1923) que se encontram indicações de que o Maculelê seria um fragmento do Cucumbi, dança dramática em que os negros batiam roletes de madeira, acompanhados por cantos. Luís da Câmara Cascudo, em seu “Dicionário do Folclore Brasileiro”, aponta a semelhança do Maculelê com os Congos e Moçambiques. Deve-se citar também o livro de Emília Biancardi, “Olelê Maculelê”, um dos mais completos estudos sobre o assunto.
Quando fui a Salvador, em 2010, assisti um espetáculo belíssimo de danças típicas, entre elas o Maculelê. Não estou achando as fotos agora, mas procurarei para mostrar posteriormente! Serve foto no Pelourinho e outra com o Farol da Barra ao fundo??!! Pra eu matar a saudade... ^_^
Museu da Cidade e Casa de Jorge Amado, bem no meio do Pelourinho. Eu e minha irmã:
Ah, que saudade dessa vista...
Ai, ai... acho que estou precisando voltar à Bahia...
Quem sabe dou uma passadinha aí nos meus sonhos, que chegarão daqui a pouco?!!
Beijos de bons sonhos!!!
Isa, saudosa...
♥
14 comentários:
Belíssimo, só pra variar rs.
Parabéns Isa, fica com Deus!
Beijinhos e boa noite.
Oi Isa.
Linda postagem! Rica em emoção, conteúdo, história, estórias, criação, desafio, origami, origami, origami......OBRIGADO!
Muito bom começar o dia com uma postagem dessa.
Muito legal o Maculelê. Obrigado pela dica de "mãos leves" para o encaixe.........vou ter que pensar um pouco antes de dobrá-lo, obviamente, por deficiência minha mesmo.
Caramba, a criação e a criatividade andam contigo sempre bem juntinhas. É só um plá, plim, plum e voilà uma criação nasce. Parabéns!
Tenha uma excelente sexta (aliás todas as sextas são excelentes!!!) e um final de semana iluminado.
Ah! Dobrei um bouganville (e com papel vegetal da Diamond Papers). Se der, dê uma conferida no meu blog.
Tudo de bom.
Lina, querida!
Obrigada pelo carinho!!!
Fique com Deus também!
Beijos no ♥
Dna Isa, obrigado pelos cumprimentos.
Elogios sempre são bem-vindos ainda mais de uma origamista de mão cheia que é vc.
Deixando a rasgação de seda de lado, gostei bastante da sua nova criação O Maculelê). Um dia vou dobrá-lo com certeza.
Tenha um excelente final de semana e tudo de bom.
"De joelhos, mãos postas e fazendo beicinho" Ensina vai???????
Rs.Bjs.
The kusudama is so nice! I love the colors. Congratulations!
Ei minha querida Isa!Muito bom vir aqui e me maravilhar com tantas coisas bonitas.Adorei o maculelê,está lindão!rs.Estou com saudades da minha amiga querida!beijinhos carinhosos,
Danikinha.
Marcelo, querido!
Muito bom ter seus comentários aqui no nosso cantinho de novo! Estava com saudade! Mas sei que momentos "offline" são necessários!
Quis passar para vocês exatamente como foi a escolha do papel, uma das mais difíceis de todos os origamis que já fiz na vida! Queria que sentissem comigo este momento!
Sim, Maculelê requer mãos leves! Vá treinando! Vai que uma hora ensino, ou que sai o livro... ;) Mas não pense que não conseguirá fazer! Tenho certeza que sim!
Eu passo por fases: mais criações, menos criações, fases de pensar que não sai nada mais dessa caxola... vamos ver o que o futuro dirá!! ^_^
Fui lá no blog e vi seu deslumbrante Bouganville! Parabéns e obrigada!!!
Tenha um fim de semana maravilhoso!!!
Beijos no seu ♥
rrsrsrsrsrs
Só você, Lindinha!!! Acho que antes do meio do ano só consigo ensinar uma das mandalas que está na enquete. Meu tempo está "daquele jeito", por causa da exposição que comentei com vocês...
Beijos no ♥
Thanks, Cridiana!!
Kisses in the ♥
Obrigada, Dani querida!!!
Saudade também...
Muitos beijos no seu ♥
Isa!! Que lindo! Parabéns pela sua criatividade!
Amei o conceito todo. A forma, a cor, o nome escolhido, a história.
Parabéns mesmo!
Beijos!
Paula, querida!!
Obrigada!!!
Tenha um lindo fim de semana!!
Beijos no ♥
Encantada! Que liiindo! Papel perfeito, quero aprender a marmorizar tb, diz pra mim, é difícil?
bj
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